Gerente-geral da Scattered Entertainment defende os jogos free-to-play ~ Game Releases

10 de abr. de 2014

Gerente-geral da Scattered Entertainment defende os jogos free-to-play


Em um longo editorial publicado na última quarta-feira (9) no site Polygon, Ben Cousins, gerente-geral da Scattered Entertainment, veio a público para tentar corrigir a má impressão que o público tem em relação aos games free-to-play. Segundo ele, grande parte do preconceito visto atualmente se deve ao “esnobismo e medo” normalmente associado a esse modelo de negócio.

Segundo Cousins, o pânico moral em relação a projetos do tipo é semelhante àquele que expressado quanto ao pinball, o rock’n’roll e o telefone no momento de sua invenção. Ele afirma que, dentro de alguns anos, vamos encarar os protestos atuais com o mesmo escárnio que atualmente demonstramos quando lembramos a reação passada a certos ícones culturais e tecnologias.

“Os ataque se críticas à mecânica free-to-play são geralmente injustos e seletivos, deixando práticas tradicionais, porém questionáveis, de lado”, afirmou o desenvolvedor. “Isso é algo esnobe, uma evidência de que a velha guarda está assustada com os rumos que a indústria está seguindo”, explica.

Críticas ao mercado tradicional

Cousins afirma que é a indústria tradicional a verdadeira culpada por jogar “iscas” aos jogadores como forma de viciá-los, seja oferecendo itens em pré-venda ou apelando para edições especiais — sem que seja oferecida ao consumidor qualquer maneira fácil de reaver o dinheiro investido. Segundo ele, os títulos free-to-play fazem um trabalho melhor ao oferecer gratuitamente uma experiência e permitir que, a partir disso, alguém decida se vale a pena ou não gastar seu dinheiro.

Fonte:
Reprodução/Games Industry International

“As publicadoras costumam pedir que a imprensa segurem análises antes do lançamento de um game; elas geralmente tentam vendê-los antes que más impressões sejam publicadas”, escreveu. “É algo rotineiro oferecer conteúdos exclusivos para pré-compras digitais. Cópias digitais nunca vão se esgotar, mas a pressão para conseguir o dinheiro do consumidor continua. Isso faz com que o jogador invista seu tempo e gaste comprando algo com a promessa de itens ‘raros’ e ‘exclusivos’”.

Ele também tece críticas duras ao Kickstarter que, segundo ele, permite a desenvolvedores oferecerem algo diferente do que foi prometido ou simplesmente investir o dinheiro obtido em outras coisas. “Isso pode ser algo extremo, porque não há qualquer obrigação legal de realmente entregar um game assim que a campanha acaba. O mecanismo de isca pode ser usado para um jogo que não é divertido ou sequer existe”, explica.

“Quando algo é novo, quando não é direcionado a você, quando é criado por pessoas estranhas em locais diferentes, quando quebra regras estabelecidas, quando tudo isso se torna extremamente popular... isso é assustador para o establishment”, escreve Cousins.

“A crítica ética é um caminho fácil de lutar contra essas mudanças, usando chamados para proteger crianças ou jogadores irracionais que não podem gostar desses jogos por mérito próprio. Começamos a soar tão reacionários quanto aqueles que baniram os pinballs ou quem temia que o jazz fosse corromper a mente da juventude”, complementa. Para conferir o editorial escrito pelo desenvolver na íntegra (em inglês), basta clicar neste link.

Fonte: BJ

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