O tempo passa e o hype em cima de Metal Gear Solid continua firme. Provas disso são as mais de 31 milhões de cópias de todos os jogos da série vendidos desde 1987, quando a Konami lançou Metal Gear para MSX. De lá para cá já foram oito lançamentos principais, 11 versões complementares e ainda seis spinoffs, criando assim um leque amplo para os fãs do jogo de espionagem mais famoso de todos os tempos.
O próximo título da série, Metal Gear Solid 5, é composto de duas partes independentes: Ground Zeroes e The Phantom Pain. A primeira é um prólogo e se passa em 1975, nove anos antes da segunda, a história principal, ambientada em 1984. Neste game, o criador da série Hideo Kojima volta a comandar sozinho a direção do projeto — em MGS 4, esse posto foi dividido com Shuyo Murata.
Além disso, outra novidade que aumenta as expectativas em torno do futuro lançamento da Konami é a presença da Fox Engine, a mecânica de jogo criada pela Kojima Productions e que faz a sua estreia na série em MGS 5.
Uma breve introdução
O pessoal da revista GameInformer foi até Tóquio, no Japão, visitar a base de Hideo Kojima, trocar uma ideia com o lendário vice-presidente e diretor da Konami e, obviamente, colocar as mãos em uma prévia de Metal Gear Solid 5: Ground Zeroes. Este prólogo é independente da história principal, apesar das histórias estarem ligadas.
Segundo a publicação, o desenvolvimento desta introdução já está praticamente completo e para fechá-la foram necessárias cerca de duas horas de jogo. Esta “fase inicial” vem sendo comparada à DEMO de Metal Gear Solid 2, que também serviu de prólogo para o jogo principal e levava mais ou menos a mesma quantidade de tempo para ser concluída.
A reportagem relata ainda que a presença de missões extras pode ampliar o tempo de jogo, dando a ele alguma rejogabilidade. Mas levando em conta a missão principal, aquela para a qual Ground Zeroes foi criado de fato, o prólogo será curto — e vale lembrar que ele será vendido separadamente.
Quando você pensa em alguns dos jogos de ação e aventura mais badalados da atualidade, como GTA V, Dead Rising 3 e Assassin’s Creed 4, há algo de comum a todos eles: mundo aberto. Hideo Kojima entende que essa estrutura é uma tendência que não pode ser ignorada em suas criações.
O apreço de Kojima pela liberdade de movimentação de GTA V foi declarado alguns meses antes do lançamento do game da Rockstar por meio de uma série de tweets publicados em sua conta pessoal. “O novo trailer de “GTA V” foi incrível! Esse controle livre é o futuro do jogo, muito maior do que em qualquer outro lugar”, declarou o produtor na rede social.
Na viagem à Tóquio, a equipe da GameInformer fechou a primeira parte de MGS 5 e conta um pouco sobre a experiência. O jogo se passa logo após os acontecimentos de Peace Walker, em 1975, e começa com Snake (o Big Boss) e Kazuhira Miller chegando a uma prisão militar secreta mantida pelos Estados Unidos em território cubano chamada de Camp Omega.
Eles vão até lá em busca de Paz Ortega Andrade, que está presa no local e cujo resgate pode significar a salvação da organização Militares Sem Fronteiras (MSF), da qual ambos fazem parte. A sede da MSF, a Mother Base, está prestes a ser inspecionada pelas Nações Unidas, o que pode revelar seu poderio bélico e nuclear. Ao que tudo indica, Paz pode ajudar a evitar tal problema.
É aí que Snake e Kaz revelam suas intenções ao irem até Cuba. Nesse ponto Kojima deixa no ar uma possível relação entre a XOF e os fuzileiros navais dos Estados Unidos que atuam na base caribenha.
“Há fuzileiros na base, e eles não estão necessariamente trabalhando junto da XOF”, garante. “Eles estão lá apenas porque seus superiores mandaram. Skull Face chega coma XOF e ele e seus homens estão realizando tortura e tudo mais. Os rapazes que estão originalmente na base são fuzileiros convencionais realizando obrigações de fuzileiros.”
Mas o produtor vai além e deixa a solução para esse envolvimento misterioso para o jogador. “Em condições ideais, Snake apenas iria lá e não atiraria nos fuzileiros”, avisa. “Ele apenas os colocaria para dormir, porque os caras maus são apenas os da XOF, mas isso [a decisão de matá-los ou não] fica a cargo do jogador”, finaliza o criador da franquia MGS.
Muitos mistérios da franquia serão revelados na parte principal do jogo, conforme fica claro na fala de Kojima sobre a quantidade de vezes em que Big Boss entrou em coma. “Houve apenas uma vez que ele esteve em coma, e para explicar isso você precisa jogar The Phanton Pain até o fim”, avisa o produtor japonês.
Quando volta da guerra, “você deve estar machucado, deve perder um membro, deve perder um amigo, um superior”, ressalta. “Mesmo que você volte [vivo do conflito], há alguma dor com você. Eu tento descrever isso nos meus jogos. Um jeito de fazer isso é por meio de meus personagens perdendo membros”, finaliza o criador de Snake e companhia.
Logo no começo de Ground Zeroes o jogador poderá sentir o gosto de Metal Gear Solid na hora de se infiltrar para dentro da base. Isso pode ser feito de diversas maneiras, algo relativamente comum na franquia, ficando a critério de quem está no controle optar por explodir metade do local com um RPG ou optar pela furtividade, combinando ataques letais e não letais para chegar ao objetivo.
A variedade se estende ao longo do jogo, como relata a reportagem da GameInformer. A equipe que testou o jogo ganhou quatro horas para fazê-lo, abusando de várias táticas ao longo da jogatina. “Movemo-nos com um claro entendimento dos ataques com armas, ataques corpo a corpo, sistema de mira, recursos de mapa e mais em MGS 5”, garante o editor Tim Turi.
Uso de tecnologia sempre foi tendência nas ações dos protagonistas dos jogos da saga Metal Gear, e isso não poderia ser diferente no próximo título da franquia. Dentro do jogo, um novo recurso adicionado aos binóculos de Snake torna mais efetivo o acompanhamento dos inimigos, que pode ser marcados sempre que você os visualiza pelo dispositivo.
Assim, eles são rastreados posteriormente, inclusive quando se aproximam de você e podem ser identificados no radar. O recurso vem ativado por padrão, mas jogadores que buscam mais desafios podem desativá-lo nas opções de jogo.
A aplicação de tecnologia em MGS 5 também se estende para fora do video game: o jogo traz suporte para uma segunda tela em um dispositivo portátil com Android ou iOS. Nela, será exibido o tradicional minimapa do jogo, que sai da tela principal. Além disso, o jogador poderá escutar arquivos de áudio e ver informações sobre as missões do game.
Segundo quem já colocou as mãos no jogo, esse novo recurso oferece bastante praticidade, pois não é preciso dar interromper a jogatina para marcar um objetivo no mapa ou mesmo para traçar um caminho até determinado lugar. Além disso, em The Phantom Pain será possível inclusive avançar em alguns elementos de jogo por meio do tablet ou smartphone quando você não está perto do console.
A parte da fluidez fica garantida pelo sistema de escolha de armas: basta pressionar um dos botões direcionais para selecionar uma pistola, uma metralhadora ou ainda para derrubar o equipamento pelo caminho. Além disso, qualquer arma que você encontra pelo cenário pode ser equipada na hora, o que também agiliza muito as coisas dentro do jogo.
Os desafios advindos da jogabilidade também estão aqui. Por exemplo, agora, quando você se esconde, não vai mais ver uma porcentagem exata indicando o quanto escondido Snake está. Então é preciso usar de bom senso quando for se camuflar e tentar dificultar o máximo a vida de quem pode encontrá-lo.
O radar de Snake funciona com um detector 360°, capaz de indicar um inimigo se aproximando de todas as direções. Assim, aos poucos, um ponto colorido vai se tornando cada vez mais opaco conforme a ação do adversário vai se tornando mais suspeita.
A tradicional contagem regressiva, que mostrava o quanto os inimigos ainda permaneciam em alerta quando a sua presença era descoberta, foi abandonada. Em MGS 5, será preciso ficar atento às conversas de rádio e ter uma percepção apurada para saber se já é o momento de sair da toca.
Há ainda outro recurso interessante nesse aspecto, que é a possibilidade de resolver um problema com o guarda que viu você antes de ele avisar os seus pares. Caso esteja com a pistola carregada, você pode mandar bala de forma bastante ágil para cima do inimigo assim que ele nota a sua presença, evitando maiores confusões.
Ataques corporais furtivos também estão de volta em MGS, e quando você se aproxima de um adversário sem que ele repare, um botão aparece na tela para a realização de um golpe discreto. É possível agarrar o inimigo e arrastá-lo para fora da vista de outros guardas para, então, realizar uma destas três ações: interrogar, nocautear ou dar cabo de sua vida.
Uma das grandes novidades adicionadas à franquia em Ground Zeroes é a possibilidade de usar veículos para fugir rapidamente dos adversários ou também para destruí-los. Obviamente, utilizar veículos motorizados faz barulho, o que pode chamar a atenção de guardas, não sendo a saída mais aconselhável para momentos de anonimato.
Porém, roubar um tanque de guerra, relata a GameInformer, pode ser uma saída excelente para se livrar de personagens que querem matar Snake. Em suma, se bem utilizada, a função de roubar veículos amplia consideravelmente as possibilidades de jogo em Metal Gear Solid 5.
Kojima avisa ainda, a título de “exemplo extremo”, que gamers que jogarem o prólogo terão acesso a vantagens não disponíveis para quem não jogar a primeira parte de Metal Gear Solid 5.
Metal Gear Solid: Ground Zerous chega em 18 de março para PlayStation 3, Xbox 360, PlayStation 4 e Xbox One. Metal Gear Solid V: The Phantom Pain chega em alguma data ainda não definida de 2014 com versões para as mesmas plataformas.
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