Pode parecer estranho, principalmente por estarmos falando de jogos originais no Brasil e os seus altos preços, porém segundo dados de análises realizadas pela GFK, considerada uma das maiores empresas de pesquisas de mercado do mundo, São Paulo detém o maior mercado de games originais do globo todo.
De acordo com o estudo Consumer Choices Brasil, grande parte dos países europeus obteve diminuição de dois dígitos nas vendas de games nos últimos anos, enquanto somente no mercado brasileiro o crescimento de jogos eletrônicos foi de 43% – o que resultou R$ 1 bilhão em jogos de diferentes plataformas e gêneros que foram comercializados. O desempenho do país aponta São Paulo como território líder na migração de consumidores para o mercado formal, o que reduz consideravelmente o consumo de jogos piratas como um todo no Brasil.
Um mercado nacional em expansão
O faturamento dos 15 jogos líderes de vendas em três gêneros diferentes aumentou 37% no Brasil, enquanto o número de consumo dos títulos de catálogo dobrou, originando preços promocionais. O site B2B teve oportunidade de conversar com Marcelo Tavares, Presidente da Brasil Games Show (maior feira de jogos eletrônicos da América Latina), sobre os dados divulgados.
Segundo Tavares, o mercado brasileiro é formado por mais de 45 milhões de pessoas, contribuindo bastante para o movimento econômico do país. O Brasil é um dos países que mais cresce no setor e São Paulo é cidade líder em consumo de jogos originais. Tavares também frisou que o país já superou a marca de R$ 2 bilhões de faturamento quando levamos em consideração o mercado de consoles e o de games para PC.
Imposto: o grande vilão do país
Quando questionado sobre o alto valor dos jogos e dos consoles, Tavares atribui o principal motivo à exagerada carga tributária do país. “Infelizmente, o governo brasileiro pratica com a indústria de games uma tributação semelhante a que é aplicada para armas de fogo e caça níqueis, muito mais elevada do que os demais setores da economia onde o Brasil já é campeão”, frisou ele.
O fato de os jogos piratas também serem relativamente comuns no país é outro empecilho para a queda dos valores. Contudo, o presidente da BGS se mantém positivo, especialmente por que apesar desses empecilhos o mercado de games no país cresceu significativamente. “Em 10 anos, reduzimos de 90% para 50% o volume de games piratas no Brasil e já somos o país do BRIC e da América Latina com o melhor desempenho no combate aos jogos falsificados”, pontuou Tavares.
Marcelo Tavares também disse esperar que cada vez mais empresas de games apostem no Brasil e tragam suas unidade de produção para cá, o que também deve contribuir significativamente para um mercado mais formal e com maior faturamento. O BJ entrou em contato com a GFK para confirmar os dados mencionados, porém ainda não obtivemos resposta.
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